*

*
outrora na suábia em cantos
ouviam-se hinos
em torres de pedra

o gesto de fundar
entre a carne e o perfume
uma palavra cruel sem rosto

outrora em alexandria escrevia
o vento nas muralhas
e rodava a bússola dentro do sangue
e sentia o estremecimento do sal na nuca
ars longa, vita brevis

a sentença conjurada por mãos de argila e ar
o verso em ladeiras estivais cantado
diante de brancura de lençóis
e ardência de vestidos

o poema o esteio
no pulmão coagulando o ar em torno

digo crina carne potro face greia
e ao instante o olho divide o som
enquanto eu

espero diante da porta amarela
o regresso dos incêndios
de opala ao peito com toda a luz
suspensa entre lábio e tímpano

espero e digo como o mundo me faz
cânfora cinzel lava nome

como me faz