Já vivi tantos poentes ,
Como quantos dedos sujei,
Ao cavar na terra
Esta profunda incerteza
De não saber,
Quantas metas
Ainda terei que cumprir,
Neste breve caminho
Que é a vida.
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No Inverno,
Nas noites de chuva,
As casas crescem
De cima para baixo,
Nos olhos
Dos sem abrigo.
César Augusto Romão – in “Tanto Ar” – Propagere (Porto – 2009)